sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Entrevista Mãe de Gémeos: com Andrea Portugal Deveza

Terminamos em grande o nosso ciclo de entrevistas, com Andrea Portugal Deveza, arquitecta de paixão, blogger, mãe de gémeos por amor e mulher por vocação.
Uma mãe prática, descontraída, aventureira e sempre sorridente. Com espírito inovador e cheia de projectos.


 1.  Quando descobriu que estava grávida de gémeas como foi a sua reacção?
Acho que tive um misto de emoções, fui sozinha à consulta com aquele ar de “vou ali num instante só confirmar que estou grávida e já venho”... claro que quando a médica iniciou a ecografia e me disse “são dois” eu respondi “pois são, são já dois meses de gravidez!” ela deu uma gargalhada e disse que eram dois bebés, eu chorei, acho que também dei um grito e sorri por fim e acrescentei “posso ver?” e quando vi duas bolinhas no ecrân, embora sem perceber bem o impacto que iam ter na minha vida, chorei muito de emoção... tive medo, acho que foi o primeiro medo a sério que tive, mas no fundo senti uma sensação de “devo ser uma pessoa especial para merecer dois!”
contar ao pai foi um stress, comecei a chorar e ele pensou no pior, depois disse-lhe baixinho “são dois...” e ele respondeu “ok, tudo bem, mas não quero um carrinho de gémeos daqueles horrorosos!!” estávamos prontos para o que desse e viesse!

2.  Como decorreu o período de gestação?
Bom, não tenho outra gravidez com que ocmparar, mas a mim pareceu-me perfeita. Tive muitos enjoos nos primeiros 3 meses, se bem que como só percebi que estava grávida já com 7/8 semanas, foi só 1 mês intenso de enjoos, só me dava bem quieta e a comer pão... engordei claro, mas no dia dos meus anos, quando fiz 12 semanas de gravidez não enjoei e daí para a frente nunca mais. Passei a gravidez até aos 7 meses em Moçambique, e se agora engravidar outra vez, volto para lá! Correu tudo lindamente e vim para Lisboa tê-los porque não vinha a casa há quase 2 anos. Nasceram ás 37 semanas e embora tivesse tido a tensão alta, correu tudo lindamente... tirando um episódio...

3.  Relativamente ao parto, como foi a sua experiência? Quantas semanas tinham os seus gémeos quando nasceram? Precisaram de cuidados especiais?
Como disse nasceram ás 37 semanas, bons e altos, o M com 2890gr e o F com 2650gr. Fui de urgência para o SFX, eu a conduzir, porque tinha a tensão muito alta e lá fomos. Quando cheguei fiz uma ecografia e a médica em questão, uma pessoa que já deve ter visto muita coisa e ganhou uma certa insensibilidade ao longo dos anos, disse-me “tem um bebé morto”... nem lhe dei muito espaço para desenvolver e respondi “não é verdade, estão os dois bem”, os olhos encheram-se de lágrimas e as mãos não largavam a barriga, não raciocinei muito, simplesmente senti que não era verdade, chamei instinto, eu chamo ser mãe... mais um bocado e mais uns toques e mais uns longos minutos e a médica, repito, insensível ao máximo, diz “ah não, afinal está aqui!” até parecia contente, mas eu já não vi mais nada, chorei ocmo nunca chorei na vida e acho que lhe pedi “tire-os por favor, quero pegar neles” medo, de novo aquele medo que senti na primeira ecografia, tinham passado meses a apaixonar-me pelos dois, antes que acontecesse qualquer coisa, queria-os nos braços.

4.  Teve algum apoio após o nascimento dos gémeos?
Tive. De família, mas senti-me, confesso, muito clautrofóbica. Percebo que seja essencial, mas abafaram-me, abafaram-nos. Há anos que vivia sozinha com o A e tinhamos necessidade de estarmos só nós, com os bebés. Eu precisei de muito espaço, não consegui lidar muito bem com as ajudas, até porque não era só ajuda, era uma invasão da minha, nossa, privacidade. Ficámos em lisboa apenas 2 meses, nem isso, e quando voltámos para moçambique, voltei a sentir-me confiante na mãe que era, na mãe que queria ser. Comecei a conseguir ficar encantada com eles, coisa que com a família em cima, por mais boa vontade, não conseguia fazer porque quando tinha tempo para estar ali quieta a olhar para eles chegava mais alguém e queria tratar, pegar, fazer, mexer, cheirar, enfim... tudo a eles e nada para mim. Pode parecer egoísta, mas a mãe também precisa de muito mimo e eu senti-me mais sozinha que nunca, até passar a sermos nós e eles. Precisei dessa solidão, desse destaque para me sentir confiante que aquilo que eu queria, escolhia para eles era o melhor.


5.   Optou pelo aleitamento materno? Se sim, até quando e como conseguiu?
Aconteceu da maneira mais natural de todas, no SFX a enfermeira que me seguia no recobro onde estive 24h para ter a tensão sempre vigiada, passado nem  1h do parto chegou-se e disse “Vamos a isto? Quer?” e eu muito timidamente respondi que sim. Ia com a ideia de que uma mãe de gémeos não tem leite suficiente. Correu lindamente. Dei de mamar até aos 7 meses. Parei apenas porque quis começar a voltar ao atelier, mesmo que em parti-time, e como já bebiam biberon do meu leite alternado do em pó à noite, acabaram por nem notar a diferença. Só introduzi sopas aos 5 meses e até aos 7 só comiam almoço e leite. Foram sempre gordinhos e cheios de energia. Foi muito bom para mim dar-lhe algo tão bom, mas sempre pensei que não era obrigada a nada e para cada refeição, antes de os meter ao peito perguntava “consigo mais esta?” e lá ia eu. Introduzi o biberon aos 4 meses com o meu leite para que o pai pudesse ajudar à noite, para eu voltar a ter horários de gente adulta! Até isso o pai nunca acordava de noite, não sou uma super-mulher mas enquanto conseguisse dar ocnta das coisas gostava desse controlo.

6.  Como é o seu dia-a-dia enquanto mãe de gémeos?
Neste momento com 3 anos e quase meio, o meu dia mesmo assim ainda é a pensar neles. De manhã preparo-os para o colégio, visto, lavo, dou pequeno-almoço, comemos os três juntos, e conversamos muito. O pai enquanto isso prepara-se para sair com eles, quando estão prontos saiem os três e vão a pé pelo bairro para a escola. Eu entretanto preparo-me e saio e também a pé vou trabalhar. Tenho um horário perfeito, porque entro mais tarde e saio mais cedo. Quando saio vou pelo bairro de volta a pé e ou trato de algumas coisas que preciso tratar, ou vou tomar café com calma e vou busca-los. Sei que adoram ficar na brincadeira e eu gosto de saber que estão entretidos. Normalmente lanchamos juntos e vamos a pé para casa. Hoje em dia acho que em termos de tarefas diárias não são “gémeos” mas sim “irmãos”, mas em termos de fase de vida, agora sim sinto que sou mãe de “gémeos”, ou seja, sou mãe de duas crianças completamente diferentes mas na mesma fase da vida, com necessidade de atenção igual e vontade de expressão igual. Até há 1 ano eu acho que era tudo mais ou menso igual, o que fazia com/a um fazia com/a outro. Agora temos mini-gente!!


7.  Que conselhos daria a uma mãe de gémeos?
http://www.aspotsblog.blogspot.pt/
Acho que o mais importante para uma mãe de gémeos, que sejam primeiros filhos, sim porque existem grandes diferenças, é saber que nós somos mães e temos todas as capacidades para decidir o que é melhor para eles e melhor para nós. Ajudas são boas desde que sejam respeitados os nossos espaços, sejam eles o da família sejam o nosso individual. E finalmente que é muito importante pegar num filho apenas e ir passear!!

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Será a crise o maior entrave ao aumento da natalidade?

A comunicação social deu ontem grande destaque ao Inquérito à Fecundidade 2013 realizado pelo Instituto Nacional de Estatística em parceria com a Fundação Francisco Manuel dos Santos. Entre outras conclusões, o mesmo refere que 70% dos portugueses têm menos filhos do que gostariam.

Este é um assunto que me toca particularmente. Quero começar por dizer que todas as opções familiares devem ser respeitadas, seja quem não quer ter filhos ou quem quer constituir uma família mais ou menos numerosa. Ao mesmo tempo, não é por ter três filhas que me sinto no direito de criticar quem quer que seja. No entanto, faz-me muita confusão ouvir determinadas pessoas invocar a crise como motivo para não ter mais filhos. A vida é feita de opções. E a sociedade, muitas vezes, impõe-nos essas mesmas opções. Carros novos, casas luxuosas, telemóveis de última geração, portáteis, tablets, viagens atrás de viagens, almoços e jantares nos restaurantes da moda, discotecas, concertos, cinema, livros, jogos de futebol, ginásios, runnings, etc. Conciliar todas estas actividades com os filhos não é tarefa fácil. E nem toda a gente está disposta a abdicar dos seus hobbies para ter um ou mais filhos. E isto sim, na minha opinião, é o maior entrave à natalidade. Todos nós temos prioridades mas nem todos colocam os filhos como a sua maior prioridade.

Contudo, não sou indiferente à crise que atravessamos e aos poucos incentivos que o Estado dá à natalidade. O corte generalizado dos abonos de família decidido por José Sócrates, em 2010, foi para mim um atentado. Curiosamente, estamos a falar do mesmo governo que decidiu liberalizar e financiar o aborto. E depois queixam-se que Portugal é um dos países com menor taxa de natalidade...

Por outro lado, e não penso isto apenas porque a medida me iria beneficiar, estou de acordo com os que reclamam mais incentivos à natalidade. Parece-me justo que deveriam ser reduzidos os impostos e aumentadas as deduções fiscais às famílias com dois ou mais filhos. Se Portugal quer ter um Estado social sustentável é bom que comece a tomar medidas rapidamente. Caso contrário, muito em breve os impostos dos que trabalham não chegarão para pagar as reformas dos mais velhos, quanto mais a educação, sáude, subsídios de desemprego, etc.

No referido inquérito também se falou das condições de trabalho. Cada vez mais as pessoas investem muito na carreira e pouco na família. Os que pensam de maneira diferente são muitas vezes olhados com desconfiança no local de trabalho, sobretudo quando têm de faltar ou chegar atrasados por terem de prestar assistência à família.

Por último, a licença de maternidade que, no caso dos gémeos, deveria ser maior. Aqui, a realidade portuguesa não é muito diferente de países como Espanha, França ou Itália. No entanto, comparar o período da licença destes países com um qualquer país do norte da europa faz-nos perceber como ainda temos muito para evoluir.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Ensinar o seu filho a arrumar os brinquedos

Todos os dias me deparo com brinquedos espalhados pelo chão. Queremos andar e quase não temos espaço para pôr os pés. Especialmente à noite, não consigo deitar-me sem andar a arrumar tudo. Para mim faz-me confusão. O pai anda pela casa como se nada fosse (ou talvez o chão lhe pareça limpinho)...ou então se lhe digo "apanha lá os brinquedos do chão", ele reclama "amanhã não vem a empregada?"...Mas o cerne da questão não está aí. Devemos obrigar as crianças a arrumar os seus brinquedos antes de irem para a cama? Mas como, se muitas das vezes eles não obedecem e dizem "eu quero asssim", "ainda vou brincar", "eu quero-os aqui".
 
Provavelmente, surpreendermo-nos se a criança espalha os seus brinquedos no chão e os deixa desarrumados, será um dos erros mais cometidos por nós pais.
Não quero com isto dizer que não devemos ensinar os nossos filhos a serem arrumados, no entanto, ao falar com a criança, é muitas vezes necessário recorrer a uma adequada fantasia. Por exemplo, sentarmo-nos no chão com eles, participarmos nos jogos (e aqui já falei da importância do brincar com a criança em idade pré-escolar) e tentarmos ver o mundo como eles o vêem. Podemos assim dizer: "está na hora dos teus brinquedos irem fazer óó, "têm de regressar à sua casinha (armário ou baú). Deste modo não estaremos sempre a repreender a criança com "arruma já os teus brinquedos! Tens de ir para a cama!". Pelo contrário, a nossa atitude mudará se nos conseguirmos envolver no mundo das crianças e fazermos parte da sua fantasia. "Os sapatos têm de ficar juntinhos para poderem dar beijinhos um ao outro durante a noite.".
 
Segundo Hilary Page "É uma perda de tempo inútil tentar educar a criança, desde a mais tenra idade, a arrumar as suas coisas, só porque vos incomoda vê-las espalhadas à nossa volta. Ela começará a ser arrumada quando compreender que a ordem é útil para si própria e para os outros; de momento, parecer-lhe-á apenas uma forma de a privar dos seus brinquedos."


terça-feira, 26 de novembro de 2013

Oração pela família no Natal


O Natal está aí, já falta menos de um mês....Este ano somos 5 e certamente será mais especial! Que este Natal traga o amor e a união entre as pessoas! Aqui fica uma oração para começar bem o dia.


Oração pela família no Natal

Senhor, diante de teu presépio
venho pedir por minha família.
Abençoa as pessoas que amo
onde quer que estejam.
Que dentro de nosso lar habite
a confiança de tua mãe, Maria,
o zelo de teu pai, José,
e a inocência de teu rosto de criança.
Afugenta de nossa casa as dores,
lágrimas e angústias causadas por
tantos Herodes que lutam por
matar nossos sonhos de paz.
Concede-nos a saúde do corpo e
da alma, para que possamos cantar
teus louvores a cada dia deste novo ano.
Que nossas portas estejam sempre
abertas para ti, nas visitas que nos fazes
em tantos rostos sofridos.
Dá-nos a alegria de tua presença em
nosso lar: o maior de todos os presentes possíveis.
Abençoa minha família neste Natal, Senhor.
Amém.
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What twin parents hear every day?



Concordam?
1. Double trouble?
2 .I bet you've got your hands full!
3. Oooh, twins!
4. Argh, what a nightmare!
5. Are thay identical?
6. Aw, i wish i had twins!
7. Oh, you´re so lucky!

Quando saímos à rua com as gémeas parecemos uma atracção turística! Posso ver? São duas meninas? São iguais? Têm casos de gémeos na família? ....
Concordam com este gráfico? Qual a vossa experiência e como lidam com a situação?

domingo, 24 de novembro de 2013

Há Festa no Palácio

O evento HÁ FESTA NO PALÁCIO, que cumpre, este ano, a sua 4ª edição irá realizar-se no magnífico espaço do Palácio Foz, situado no centro da cidade de Lisboa, nos Restauradores.
Caraterizado pela associação de vários acontecimentos: exposição e venda de peças de autor, nas mais diversas áreas – artesanato, decoração, joalharia, fotografia, pintura, retrato e cerâmica; palavras escritas e ditas; tombola de rifas; bebidas; espaço de gastronomia; animação musical; merchandising pelas instituições
As causas apoiadas – Ajuda de Mãe; Centro Jovem Tabor; Centro de Promoção Juvenil e Fundação LVida beneficiam da totalidade da receita financeira apurada. 

Trabalhos manuais para o Natal das crianças

Após o post "Recado na caderneta da Mariana" aqui fica o meu agradecimento a todas as pessoas que deixaram as suas sugestões natalícias no blog ou na página de facebook. Assim faço um resumo de algumas das ideias mais engraçadas, com imagens e respectivos links de blogs ou páginas onde os poderão encontrar!
Ainda não ganhei coragem nem decidi o que vou fazer juntamente com a Mariana, mas fico surpreendida com a quantidade de ideias originais e trabalhos maravilhosos. Mas cada vez que olho para eles penso: "será que conseguirei fazer?". E parabéns também ao trabalho de Natal da minha amiga Patrícia Sousa.


https://www.facebook.com/kidsbooknotes
Presépio com materiais reciclados





http://1e1acaminho.blogspot.pt/2013/11/atividade-em-familia.html
http://1e1acaminho.blogspot.pt/2013/11/atividade-em-familia.html
 https://www.facebook.com/craftsdiy?fref=ts

 https://www.facebook.com/craftsdiy?fref=ts

https://www.facebook.com/coisasparacriancas
https://www.facebook.com/coisasparacriancas


 
by Patrícia Sousa


Saída a 5

Bolo da Vi

Já há muito tempo que não saíamos em família. Quer dizer, tivemos um almoço com os avós no sábado passado, mas já há muito tempo que não tinhamos uma saída social. Bem, ontem lá nos atrevemos a ir os 5 a uma festa de aniversário. E até correu muito bem. Não podíamos deixar de ir à festa do 2º aniversário da Vi, filha de uns grandes amigos nossos. Apesar das bebés estarem numa fase em que estranham muito outras pessoas o colo do pai e da mãe foi o seu aconchego. E mesmo assim, o pai ainda conseguiu ver o jogo do Benfica na televisão.  Estava tudo excelente! Obrigada e parabéns aos pais!

Super gémeas

Super amigas

sábado, 23 de novembro de 2013

Recado na caderneta da Mariana


 Eis que surge um recadinho na caderneta escolar da Mariana....será que se portou portou mal? Uma chamada de atenção? Eventuais atrasos quando o despertador dos pais não toca? Um chichi ou um vómito? Nada disso...afinal o "recado" é um trabalhinho para os pais! A Educadora pede para fazermos um trabalho dedicado ao Natal para decorar a sala de aula....com material reciclado! Há tanto tempo que não faço trabalhos manuais. Quem dá uma ajudinha? Têm sugestões (fáceis e rápidas)? Nem imagino quando forem trabalhos de casa para as 3....Que rico castigo que vinha na caderneta!

 

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Entrevista a Carmo Leal de Faria, mãe de 3 filhos

Mais uma entrevista fantástica a uma super-mãe com 3 filhos que nos conta a sua aventura quando ficou grávida de gémeos, referindo com todas as suas forças "quem é mãe de gémeos é porque tem estrutura para o ser!!!".
 
1.    Quando descobriu que estava grávida de gémeas como foi a sua reação?
Quando descobri que estava grávida de gémeos fiquei em choque… Demorei uns meses a habituar-me à realidade…

2.    Como decorreu o período de gestação?
Até às 31 semanas correu tudo bem, nessa altura fiquei em repouso absoluto porque tinha muitas contrações e às 32 semanas fiquei internada uma semana para tentar controlar as contrações… acabaram por nascer às 35 semanas.

3.    Relativamente ao parto, como foi a sua experiência? Quantas semanas tinham os seus gémeos quando nasceram? Precisaram de cuidados especiais?
Quanto ao parto, foi de cesariana porque um dos gémeos estava sentado, tinham 35 semanas quando nasceram, o Vasco com 2205 g e a Assunção com 1650 g… O Vasco estava ótimo, mas a Assunção precisou de ajuda de uma máquina para respirar durante umas horas… ficaram os 2 em incubadoras mais uma semana e tiveram alta ao fim de 11 dias.

4.    Teve algum apoio após o nascimento dos gémeos?
Após o nascimento dos gémeos tive uma empregada em casa até eles terem 4 meses, foi a minha salvação!!
Estava sozinha com eles e com a minha filha que na altura tinha 3 anos e ½ porque o meu marido trabalha quase 7 dias da semana e se não tivesse sido essa ajuda não sei como tinha sido…






5.    Optou pelo aleitamento materno? Se sim, até quando e como conseguiu?
Enquanto os gémeos estiveram no hospital praticamente só bebiam leite materno, mas grande parte das vezes por sonda, quando tiveram alta ainda tentei dar leite materno em casa, mas como a Assunção só tinha 1700g quando foi para casa e era preciso controlar quanto leite ela bebia, passei a suplementos, por isso só beberam 15 dias de leite materno.

6.    Como é o seu dia-a-dia enquanto mãe de gémeos?
O meu dia-a-dia como mãe de gémeos é cansativo, mas não o trocava por nada deste mundo!!! Neste momento eles têm 3 anos e ½ e a mais velha 7, os gémeos ficaram em casa comigo até este Setembro e todas as minhas rotinas eram com eles. Agora estão na escola, o que dá algum sossego, o fim do dia é para brincarem, banhos, jantar e cama! Muitos dias da semana faço isso sozinha, mas eles já ajudam! Ao fim de semana estou mesmo sozinha com eles, por isso arranjo formas de nunca ficar em casa! Vamos a sítios ao ar livre, principalmente, onde possam correr e brincar!!



 7.    Que conselhos daria a uma mãe de gémeos?
Conselhos… Não desespere… conseguimos dar a volta a tudo, começamos a dar prioridade a coisas diferentes… Muitas vezes a casa está um pandemónio, mas eles estão a ter a atenção da mãe… brincam entre eles de uma forma comovente!!
Houve uma coisa que uma amiga me disse, quando lhe dei a notícia em pânico de que ia ter gémeos, que me marcou e me dá força até hoje: “Estás preocupada? Não estejas.. Deus nunca nos dá nada que não possamos aguentar…” e tem toda a razão! Quem é mãe de gémeos é porque tem estrutura para o ser!!!

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Faz hoje 1 ano


15 Novembro de 2012

Parece que foi ontem....mas faz hoje um ano que descobrimos que iamos ser pais de gémeos! Tinha de comemorar esta data com vocês!
Tinha feito uma ecografia às 6 semanas de gestação....e era só um! Que eu até estava toda convencida que seria um Francisco!
Andei os três primeiros meses descansada da vida. A única coisa que enjoei foi mesmo o café (da qual eu era viciada, bebia uns 3 por dia) e tinha mesmo muito, muito, muito sono! De resto, passei lindamente!
Dia 4 de Outubro de 2012, data de aniversário do meu marido, fiz a surpresa de lhe dizer que estava grávida. Iamos dar um mano à Marianinha! Ele nessa noite apanhou logo um choque....mal ele sabia o que estava para vir.
Dia 15 de Novembro de 2012 fomos então fazer a 2ª ecografia, às 12 semamas ( e foi bom porque fomos os dois juntos.....senão ele não ia acreditar em mim) e eis que senão a médica diz "está tudo bem, mas não é um, são dois"!!! E aí é que foi o choque! Nunca me passou pela cabeça ter gémeos....até porque não tinhamos ninguém na família com gémeos. Foi uma surpresa total!
Confesso que até fiquei contente porque me senti abençoada e pensei "se Deus me enviou dois bebés é porque eu serei capaz de cuidar deles".
Tive muitos receios durante a gravidez, mas penso que a nossa calma e tranquilidade com que fomos vivendo o dia-a-dia foi crucial para que tudo corresse bem!
E um ano já passou e em vez do nosso Francisquinho, temos as princesas Teresinha e Luisinha que vieram dar mais cor (cor-de-rosa) às nossas vidas!

terça-feira, 12 de novembro de 2013

Continuando o nosso ciclo de entrevistas

Continuando o nosso ciclo de entrevistas, falamos com Madalena Gaspar, que nos deixa aqui um testemunho de alegria e prazer ao contar o seu percurso desde que descobriu que estava grávida de gémeos até aos dias de hoje, revelando que se consegue divertir imenso! E deliciem-se com as fotografias destes gémeos! Uma mãe duplamente abençoada....

1. Quando descobriu que estava grávida de gémeos como foi a sua reacção?
Fiz a primeira ecografia às 5 semanas e só se viu uma bolinha, era uma suposta gravidez "normal".
Mudei de médica ao saber que estava à espera de bebé e na primeira consulta com a nova médica às 8 semanas, voltei a fazer uma ecografia e a médica disse que estava tudo bem com os dois, tudo bem comigo e com o bebé... a médica voltou a dizer que estava tudo bem mas com os dois, são gémeos! Mostrou as duas "bolinhas". Não queria mesmo acreditar e caíram-me logo lágrimas de felicidade e de pânico, tenho gémeos na família, o meu avô era gémeo  da minha tia-avó (coincidência, estou a viver na mesma casa onde nasceram há quase cem anos) e tenho primos gémeos, mas sou das mais novas e últimas a ter filhos, nem me passava pela cabeça que me fosse calhar na rifa. Mas depois foi um excitamento mal saí do consultório.

2. Como decorreu o período de gestação?
Perfeito, uma gravidez santa sem enjoos nem nada. Claro que dormir nos últimos meses era impossível com o tamanho da barriga e tive uma alergia ao calor em que fiquei cheia de borbulhinhas na barriga que davam muita comichão, para me queixar é mesmo só disso. Adorei e tenho imensas saudades dessa fase.

3. Relativamente ao parto, como foi a sua experiência? Quantas semanas tinham os seus gémeos quando nasceram? Precisaram de cuidados especiais?
Foi cesariana marcada às 37 semanas. Correu lindamente! Nasceram com 3,100 e 2,700 Kg.
Tive no Hospital de Cascais e fui muito bem tratada (só para quem possa estar com dúvidas de onde ter, eu gostei muito, mas era acompanhada pela mesma médica no privado durante a gravidez).

4. Teve algum apoio após o nascimento dos gémeos?
Tive muito apoio da minha mãe e da minha irmã e claro de toda a família. Mas com o pai muito presente, quase tanto como eu, o que ajuda muito.
Mas para quem puder ter uma enfermeira no primeiro mês a fazer as noites é dinheiro muito bem gasto de certeza porque o pior dos primeiros meses é mesmo a privação do sono.

5. Optou pelo aleitamento materno? Se sim, até quando e como conseguiu?
Aleitamento materno nos primeiros dois meses e meio mas um deles sempre bebeu suplemento em simultâneo. Foi uma das razões que deixei de mamar porque era muito cansativo e tinha trabalho a duplicar.


6. Como é o seu dia-a-dia enquanto mãe de gémeos?
Estão agora com um ano e dois meses só perto de fazerem um ano é que voltei a ter uma vida "normal". Como foram para a creche por volta dos cinco meses passaram mais tempo em casa doentes do que na escola, as coisas deveriam começar a acalmar nessa fase, mas ter dois bebés constantemente doentes entre febres, tosse, bronquiolites, viroses, conjuntivites, diarreias, etc... voltamos a não ter noites bem dormidas, falta de rotinas e a ansiedade de ter acabado de voltar ao trabalho e ter de faltar para ficar com eles em casa. Mas tudo mudou com a chegada do bom tempo, mesmo tendo ficado desempregada nessa altura (ou talvez também por isso) as coisas voltaram a acalmar, o verão foi óptimo sem doença nenhuma. Voltaram à escola a meio de Setembro e claro que no primeiro mês e meio foram no total cinco dias à escola!
Os dias acabam por ser diferentes dependendo das fases, mas divirto-me imenso quando fico com eles em casa, já não chateiam nada, brincam imenso sozinhos e um com o outro, é muito muito giro.




7. Que conselhos daria a uma mãe de gémeos?

Nos primeiros meses:
- aceitar todas as ajudas;
- dormir, nem que sejam cinco minutos;
- apontar num caderno, ou noutro suporte, as horas das mamadas de cada um, qual dos lados, cocós, remédios se tiverem, etc. Nesses primeiros meses a nossa memória deixa de funcionar e por isso temos de facilitar. O meu caderno foi o meu melhor amigo até aos 5/6 meses;
- descomplicar ao máximo;
- tirar muitas fotografias e filmar, passa a correr e nos primeiros meses acabamos por não aproveitar como devíamos.


domingo, 10 de novembro de 2013

Obrigado "Primo" Cardozo!

O "primo" Cardozo voltou a fazer das suas e, desta feita, não fez a coisa por menos. Três golos, um para cada uma das suas "primas afastadas". E, para ajudar a festa, para além do futebol, também vencemos os nossos amigos da 2ª Circular em futsal e râguebi. Um excelente fim-de-semana portanto.





Mas, ainda há duvidas de que Clube vão ser?

Nota - O "primo" tem a ver com o facto de as nossas meninas se chamarem igualmente Cardoso. Com "s" e sem "z". Mas, é só um pormenor...

Dia de derby

Ontem cá em casa foi dia de derby....e mãe sofre muito!
O pai fanático do Benfica, a mãe do Sporting....vamos ver de que clube serão as minhas princesas....se o pai deixar escolher...
A  mais velha parece que já está decidida!
Cá em casa, todos ralham e ninguém tem razão!!!

Luisinha e Teresinha?


Teresinha e Luisinha?
Nestas fotografias tinham elas um mês....quem será quem? Uma do Sporting e outra do Benfica? Quando forem mais velhinhas espero que se identifiquem...assim como o clube!

sábado, 9 de novembro de 2013

6 meses das princesinhas


Olá! Ontem as nossas meninas fizeram meio ano de vida! Estive um pouco abalada animicamente, que nem me deixou vir ao computador! Mas não podia deixar de partilhar convosco esta data tão especial!

Para quem leu as primeiras duas entrevistas (espero que tenham gostado) talvez tivesse ficado sensibilizado com o sofrimento e alguma angústica atendendo ao que estas mães passaram ao verem nascer os seus filhos prematuros (grandes prematuros). Mas, nem todos os casos são assim e teremos próximas entrevistas em que a gravidez correu bem e os bebés nasceram de termo. Vejam o meu exemplo, tive uma gravidez gemelar muito boa, sem incidentes e elas nasceram às 37 semanas.

Aproveito estas duas entrevistas para reflexão sobre o milagre da vida, já que dia 17 de Novembro é o Dia Mundial da Prematuridade.

"Mais de 1 milhão de bebés não irão sobreviver porque nascem prematuros...Muito pode ser feito ao nível mundial para reduzir o elevado número de partos prematuros. A prestação de cuidados viáveis e eficentes em termos de custos poderiam salvar mais de75% dos bebés que hoje morrem por simplesmente nascerem cedo demais." 

"Às vezes, as coisas mais pequeninas, ocupam o maior espaço no nosso coração”.


quinta-feira, 7 de novembro de 2013

2ª Entrevista à nossa Mãe de Gémeos

Hoje temos aqui a 2ª entrevista à nossa mãe de gémeos, Sónia Gomes. Mais um relato impressionante, que me deixou de lágrimas nos olhos! Obrigada por esta partilha de sentimentos e que nos leva a acreditar no milagre da vida!

1. Quando descobriu que estava grávida de gémeas como foi a sua reacção?
Passados 3 anos de ter tido uma gravidez gemelar expontânea da qual sofri um aborto às 9 semanas, decidi ( e porque já ía nos 36..) fazer um tratamento de fertilização na tentativa de finalmente engravidar. Tive sorte porque apenas fiz um tratamento ( no qual implantaram 2 embriões) e deu certo! 
A reacção quando soube que estava grávida e que tinham " pegado" os 2...foi de uma imensa alegria/ medo... ( afinal tinham-nos dito que só em 8% dos casos ficam os 2 embriões!!) .Queria muito ter um filho mas também não pedia tanto! Por ser médica vieram-me logo todas as complicações possíveis e imaginárias à cabeça misturado com o facto do meu companheiro já ser pai de 3!!( mais velhos, claro)..esta paternidade para ele tinha sido muito difícil de decidir e parecia que ter engravidado ...e de dois!..seria pedir muito! Ele acabou por achar graça ( afinal já não era a primeira vez que tínhamos esta notícia) e eu fiquei com a cabeça a mil!!! Depois do primeiro impacto, restou o medo / pânico de os perder outra vez!

2. Como decorreu o período de gestação?
A gravidez...bom, correspondeu a todos os meus medos..
Depois de "encaixar" que estava finalmente grávida..às 9 semanas tive uma cólica renal! Uma pedrinha que teve tantos anos para sair...decidiu encravar no meu ureter na pior altura! É de facto uma dor muito má e tive que ir ao bloco operatório colocar um ' stent' ( uma espécie de arame que se coloca no ureter através da uretra) para a pedra sair..foram muitas dores antes e muitas depois...só com uma epidural é que consegui ter sossego; entre antibióticos, anestesia geral ( neste caso o mais inofensivo), analgésicos de toda a espécie , etc..o meu medo ficou ao rubro..mas eles resistiram e lá continuaram a " bater" como se tudo lhes passasse ao lado!
Depois deste episódio..às 12 semanas ( já sabia que era um casal :))..nova dor..do mesmo lado...sem posição de alívio a não ser uma ligeira melhoria quando estava literalmente de rabo para o ar! Aí julguei que morria porque ninguém percebia o que se estava a passar..cólica renal não podia ser porque tinha o stent; a ecografia também não foi muito elucidativa..e vai daí..bloco operatório outra vez para retirar o stent..a dor não melhorou grande coisa e, encharcada em analgésicos 24h depois , uma ecografista lá conseguiu perceber uma hemorragia de um foliculo grande do ovário ( uma consequência da estimulação)...
Aqui achava mesmo que a gravidez já era mas, eles...mantiveram-se impávidos e serenos!! Tinham vindo para ficar!!
O resto da gravidez, como imagina, foi sempre a pensar nas consequências disto tudo! Apesar de dizerem que nenhum destes fármacos que tinha tomado faria mal , nunca mais se tem sossego..
Cada ecografia para mim era um estado de nervos mas, esteve sempre tudo bem até... ás 28 semanas...
Pesadelo...o cordão da Madalena não estava a funcionar bem o que impedia que ela crescesse de forma adequada...PÂNICO !! 
Saí da clinica atordoada, a chorar baba e ranho e vim mostrar o resultado à minha obstetra do hospital ( Amadora Sintra, onde trabalho)..fiquei internada para repouso, corticoides ( para acelerar a maturação dos pulmões) e com a expectativa de..ou melhorar o fluxo do cordão e ficar de repouso até ao fim ou..ter 2 grandes prematuros..

3.  Relativamente ao parto, como foi a sua experiência? Quantas semanas tinham os seus gémeos quando nasceram? Precisaram de cuidados especiais?
Oito dias depois de ser internada (29 semanas + 3 dias), decidiram que era melhor nascerem porque o cordão da Madalena não estava a melhorar e havia riscos para a circulação cerebral.
Acho que durante esses dias estive num estado de nervos tal que parecia que falavam comigo e eu já nem ouvia nada...
O dia D chegou e o único conforto que tinha era conhecer pessoalmente todas as pessoas..escolher a minha anestesista, conhecer os obstetras e os neonatologistas que os iriam receber..
Nasceram dia 18/4/12 de cesariana com 810g ( Madalena) e 1050g o Zé Maria.
Não os vi porque me adormeceram um bocadinho..acordei sem dores, com as pernas ainda pesadas da epidural e com a sensação de que ..tinha sido operada e pronto!
Fiquei no recobro, sem bébés , com uma espécie de alívio estranho por a situação de incerteza ter terminado e um terror imenso de me virem dizer que não estavam bem ou coisa pior..
Fui para o meu quarto e nesse dia só vi um pequeno filme deles a nascerem gravado pela minha colega anestesista e outro que a neonatologista me veio mostrar..
Não sei bem descrever o que senti...parecia que aquilo não era comigo!
Só os fui ver no dia seguinte , de cadeira de rodas, e um bocado entorpecida ..
Ela estava bem, a respirar sozinha (!) e ele tinha-se ido um bocado abaixo ..
Estive 10min com eles..num misto de..."são meus e nunca mais os deixo" e " o melhor é não me ligar muito porque isto pode correr muito mal" ou pior ainda, o meu maior terror..ficarem com sequelas...
Impossivel de controlar estes sentimentos...as visitas de 4/4h tornaram-se de 2/2 e ao fim de 4 dias estava das 9-21h com eles..esqueci-me das dores, das meias elásticas , de tudo! Em casa, fechei a porta do quarto deles , todo bonito e preparado para os receber..não sabia quando!
O ZM ficou 60 dias internado e a Madalena 74..
Os piores da minha vida..desabafava tudo num diário todos os dias ( que guardei e não voltei a mexer!),  deixei de atender telefones ( tarefa que ficou para o pai) e durante esse tempo não houve fins de semana, feriados..nada..só os altos e baixos que só percebe quem passou pelo mesmo.
Sobreviveram a algumas complicações mas, apesar de tudo,  tiveram muita sorte ( e um olhar constante e acutilante da minha parte)..houve os que tiveram complicações muito graves, os que morreram , os que saíram antes deles..

4. Teve algum apoio após o nascimento dos gémeos?
O facto de ter estado 2 meses e meio numa unidade de cuidados intensivos, rotinou muito os meus cuidados para com eles..tudo lá era uma rotina de 3/3h..comer, mudar a fralda, posicionar, aprenderem a mamar ( que não sabiam)..
Falaram-me de umas senhoras auxiliares da pediatria que faziam noites em casa destes bebês para ajudar as mães e ..foi a coisa boa no meio disto tudo! Começaram a ir assim que foram para casa e lá ficaram 1 ano! Foi um grande investimento da minha parte mas..depois de tudo o que tinha passado, decidi que também tinha que pensar em mim senão rebentava! Fiquei um ano em casa e aproveitei cada minuto deles das 7.30 às 22.30..depois ía descansar. Foram uma ajuda preciosa para eu conseguir dormir e por me ajudarem com questões básicas ( parece q ser médica ás vezes só atrapalha) ..afinal nunca tinha sido mãe!
Os meus pais e principalmente a minha mãe foi outra grande ajuda!! Não posso imaginar o que teria sido isto tudo sem eles!
A minha mãe ficava com a Madalena até à meia noite no hospital ( esteve 15 dias a mais que o ZM) enquanto eu vinha para casa cuidar do ZM e ficava descansada porque sabia que só ela podia dar-lhe tantos mimos como eu..
Ainda hoje me ajudam de tal forma que parece que se tornou o novo objectivo da sua vida ( e não será sempre assim a vida dos pais?!)..

5. Optou pelo aleitamento materno? Se sim, até quando e como conseguiu?
Só consegui tirar leite com uma bomba durante 15 dias ..enquanto bebiam 1-2ml de 3/3 h ainda chegava mas a verdade é que nunca consegui ter uma grande produção..fruto das 29 semanas, do stress, da falta de ter o bebê junto a nós...
Beberam leite humano do banco de leite da MAC durante uns dias e depois passaram a leite especial para prematuros..
Cresceram bem, não têem qualquer tipo de alergias e em casa facilitou um pouco estarem a biberões porque assim podia descansar à noite..
Fiquei com muita pena de não ter leite suficiente. Na altura era a única coisa que podia fazer por eles e nem isso deu! 
As pessoas que conheço que amamentaram gêmeos..só conseguiram um mês mas..cada caso é um caso e envolve tantas variáveis! Não sou fundamentalista da amamentação materna..acho que é importante mas, mais ainda é ter uma mãe tranquila e que consiga descansar sem se sentir culpada ou inferiorizada por não conseguir amamentar.

6. Como é o seu dia-a-dia enquanto mãe de gémeos?
O dia a dia durante um ano foi basicamente passado em casa ( principalmente durante o inverno) com umas idas esporádicas ao Alentejo! Sempre com uma pessoa atrás para me ajudar ( não posso contar com o pai para as lides habituais porque já é um pai -avô e obviamente já passou por isto 3 vezes de modo que agora, está só mesmo para a diversão com eles! Adora brincar e passear mas o resto é da minha conta de maneira que...entre uma ama fica com eles durante o dia ( comecei a trabalhar ao fim de um ano) e a minha mãe..cá nós arranjamos! Já não tenho ajuda durante as noites ( não dá para tudo!), embora continuem a ser bastante agitadas..
Em resumo, tenho que ter sempre uma pessoa comigo principalmente se decido sair! Agora que já andam é mesmo preciso!
Tenho tentado fazer programas adequados para a idade ( 18 meses), embora não hajam muitos! Tento que saiam pelo menos de manhã ou à tarde..ao parque, ás compras comigo, passear num jardim, enfim..às vezes...brincar e mais brincar em casa! 

7.  Que conselhos daria a uma mãe de gémeos?
Conselhos...acho que o mais importante é aceitarmos toda a ajuda que possamos sem nos sentirmos culpadas por não fazer tudo!
É difícil ter 2 bebés no mesmo estadio de desenvolvimento e a terem as mesmas exigências! É importante manter a calma mesmo nos dias mais difíceis ( em que uma pessoa pensa...mas qual é a dificuldade de ter só um???? Do que se queixam essas mães??).
Depois de um início tão atribulado como eu e outras mães tiveram, fica a vontade de os aproveitar a cada minuto, mesmo quando estão mais chatinhos...e agradecer por serem tão mexidos e saudáveis! E é tão bom vê-los crescer e ter personalidades tão distintas, a começarem a interagir um com o outro ( sim, não é logo que isso acontece!) e aos poucos esquecer tudo o que aconteceu !! 

Madalena

Zé Maria

terça-feira, 5 de novembro de 2013

1ª Entrevista Mãe de gémeos

Para dar início à nossa série de entrevistas conversámos com a Mafalda Magalhães, que nos deixa aqui o seu testemunho, tão rico e tão sofrido, sobre os seus gémeos que nasceram extremamente prematuros e que hoje são uns "super-heróis".

1 - Quando descobriu que estava grávida de gémeos como foi a sua reacção?
Fiquei nas nuvens porque tinha tido anteriormente um aborto e ser presenteada com gémeos era uma bênção. O companheiro é que ficou em estado de choque. (risos)

 
2 - Como decorreu o período de gestação?
Foi um pouco atribulado. Desde as 21 semanas que se tinha descoberto que um dos bebés tinha o cordão um umbilical velamentoso com RCIU (restrição de crescimento intra-uterino). Às 27 semanas ao tentar fazer a ecografia 3D foi visto que a placenta não estava a passar os nutrientes e oxigénio suficientes para os bebés. Estive uns dias de repouso absoluto e quando voltei a fazer uma nova ecografia tive que fazer cesariana de urgência, um dos bebés estava em grande sofrimento. E nasceram às 28 semanas.

                    

3 - Relativamente ao parto, como foi a sua experiência? Quantas semanas tinham os seus gémeos quando nasceram? Precisaram de cuidados especiais?
Nasceram de cesariana às 28 semanas, um com 33cm e 710gr e outro com 37 cm e 1020gr.
 A cesariana correu mal , tive uma grande hemorragia e infeção que se espalhou para outros órgãos e tive que ser operada passados 2 dias.
Como era um parto prematuro não os pude ver, apenas ouvi um a chorar.
Os gémeos são prematuros extremos, um esteve 2 meses e meio na Neonatologia e outro 3 meses e meio. Tiveram imensos problemas inerentes à prematuridade.
Embora até aos 2/ 3 anos possam surgir problemas até agora estão bem, são uns lutadores!
São seguidos mensalmente por uma Pediatra que os seguiu na Neonatologia.

4 - Teve algum apoio após o nascimento dos gémeos?
O apoio da família.

5 - Optou pelo aleitamento materno? Se sim, até quando e como conseguiu?
Sendo os meus gémeos prematuros extremos apesar de estimular o leite materno foi escasso, apenas deu para terem algumas doses na Neonatologia.
São alimentados com leite artificial.

6 - Como é o seu dia-a-dia enquanto mãe de gémeos?
Até aos 5 meses de idade corrigida ( 8 meses de idade real) estava 24 horas com eles.
Desde setembro que voltei ao trabalho. Sou professora de guitarra e tenho a facilidade de escolher os horários, fiquei a trabalhar só à tarde.
De manhã estou com eles, à tarde ficam com o pai ( por serem bebes prematuros não podem ir para creches). No final da tarde regresso cheia de saudades para estar com os gémeos.
É um dia em cheio, fazer todas as tarefas da casa e cuidar e dar atenção aos bebés.                                        

7 - Que conselhos daria a uma mãe de gémeos?
Primeiro de tudo organização. Para não haver esquecimentos ou trocas.
Pedir ajuda a familiares ou amigos quando necessitamos.
Trocar impressões com pais de gémeos.
Tratar cada bebé como um indivíduo e não fazer comparações.
E desfrutar de todos os momentos a dobrar.


Obrigada Mafalda.